Nós, seus parceiros de jornada
Por fim conseguimos nos fazer ouvir. Gostaríamos que não fosse necessário causar tanto desconforto para que nos pudéssemos fazer escutar/entender. Não desejamos o mal de ninguém, não queremos interferir na opção existencial de cada um, nem, tão pouco, ambicionamos que nos dediquem todo seu tempo, nem nos dêem dedicação exclusiva. Precisamos, apenas, que em alguns instantes dirijam suas atenções para nós, seus parceiros de jornada que ficam na expectativa de ser percebidos, acolhidos, apoiados em suas diferenciadas manifestações. Circundamos um, outro, mais outro e todos parecem indiferentes a nada que não seja o seu dia a dia, seus insignificantes compromissos – comparados aos que todos, indistintamente, têm para conosco.
Somos os de ontem, os de agora e seremos os de seus futuros, dependendo apenas de cada um de vocês como pode ser no hoje, nosso contato e dependendo deste o amanhã.
Sabemos que vocês são bastante inteligentes, perceptivos e quando lhes interessa sabem fazer uso destas capacidades. Podem crer esta é uma fase em que seria interessante – para vocês – colocarem em ação estas condições.
Não, não se espantem, como se estivessem a tomar conhecimento de algo que não lhes diz respeito, ou não estivessem entendendo, não façam pouco de nosso saber a respeito de cada um. As dificuldades, os disfarces, as não verdades, as omissões, os medos, os desejos ocultos – assim como sabemos, também, da amorosidade, respeito, conhecimento e dedicação de que são capazes, portanto, não vamos perder tempo com dissimulações – já que vocês têm conhecimento, mesmo que para alguns parcializado – do quanto estão comprometidos com suas histórias passadas e do quanto lhes será útil corresponder às expectativas que temos em relação ao que foi previamente combinado.
Como estão se dedicando a por em prática a capacidade de doação de tempo, carinho, atenção para seus semelhantes? Como estão se relacionando entre si? Quanto estão sendo verdadeiros em suas palavras e atitudes? Quanto são honestos em seus afetos pessoais? Como estão orientando àqueles que estão sob suas responsabilidades? Como estão suas consciências quando ficam sozinhos consigo mesmos? Conseguem identificar quais são suas verdades?
Não podem se descuidar, em momento algum, de que tudo que fazem ou deixam de fazer, tem reflexos em nós – que estamos vinculados a cada um, para uma caminhada de crescimento e ampliação espiritual.
Em muitos momentos somos forçados a recorrer aos desconfortos – de toda ordem – para que não se acomodem, considerando que está tudo ótimo, tudo dentro do que previram – quando em verdade estão fazendo de conta que as motivações de cada um são ligadas ao nosso plano; sim, fazendo de conta, pois o que nos liga é a busca da caridade, do perdão, do amor incondicional; é a busca da humildade substituindo a arrogância, o saber da alma no lugar do conhecimento puramente teórico, a fraternidade afastando a superficialidade e é desta prática permanente que estamos precisando, pois, em assim agindo, estão nos oportunizando também deixar de lado os erros cometidos, muitas vezes, junto com um ou outro de vocês, num passado mais distante.
Perdoem a franqueza, mas estamos assustados com os descaminhos que muitos são tentados a tomar, nos deixando sem alternativa que não seja fazer um pedido mais direto e explícito para que se mantenham no rumo previamente traçado, não dando ouvidos a sugestões que podem se mostrar atraentes e serem, em verdade, traiçoeiras.
Quando conseguimos caminhar juntos, vocês na matéria e nós na espiritualidade, as tarefas se tornam menos árduas, pois somos, todos, gratificados com muita proteção e apoio de nossos Amigos Maiores.
Fiquemos em paz.
Anabando
Recebida pela Magali em 31.08.2009
Revisão: Clovis