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Silêncio e observação

Os que têm olhos para ver e ouvidos para escutar, fiquem atentos, deixem de lado por um momento as solicitações materiais, as tarefas ou ruídos comunicativos, tudo que os afasta de sua riqueza interior.

Silenciem e observem.

Escutem os pedidos de sua alma, os gritos emudecidos pelo atropelo de suas obrigações, o descurar com o que os alimenta o espírito, enriquece as vivências, sereniza o sentir.

Observem os processos desafiadores se avolumando, as emergências aflitivas engolfando tudo e todos e vejam em que condições estão a interagir com esta realidade solicitante, provocadora de raciocínios rápidos e decisões instantâneas.

Houve tempo em que tudo podia ser executado num ritmo mais lento, tudo podia ser pensado para um “depois”, um “amanhã”, um “futuro” agora, porém, não existe tal possibilidade, pois tudo se tornou premente e precisa ser resolvido, atendido agora, hoje, neste instante.

Os que vieram se preparando, ou seja, já agiam pronta e sabiamente às solicitações internas e externas, são os que possuem o olhar apurado e os ouvidos sintonizados tanto dentro quanto fora de si e é exatamente para estes que a intensidade e profundidade da tarefa espiritual se agigantou.

Os cegos e surdos aos pedidos da alma, que vinham postergando seu fazer, envolvidos nas superficialidades da existência humana, estão atrapalhados, perdidos em seus rumos e não tendo condições de resolver-se e atuar proficuamente na sociedade humana e junto à espiritualidade, estes estão sendo chamados ao “silêncio e observação”, uma vez que assim procedendo estarão respeitando suas necessidades internas e tornando-se mais aptos ao auxílio dos que já não têm condições plenas de retorno ao caminho que percorriam e que, assoberbados pelo supérfluo, artificial e desatinado viver humano estão à deriva.

Ainda que a misericórdia divina seja infinita, há sim os que tomaram um caminho sem volta, não porque não tenham sido orientados, avisados, apoiados, mas sim por terem fechado as portas da alma e mergulhado na exterioridade que nada lhes acrescentou, nenhum aprendizado parecem ter absorvido e submergiram em seu próprio infortúnio material e espiritual.

Para saber em que condições cada um está façam o “silêncio e observação” de si e descobrirão até que ponto sua visão ainda é boa e sua audição escuta os mínimos tons apelativos de sua essencialidade.

Não basta apresentar-se fisicamente para qualquer tarefa, se não estiverem em sintonia absoluta com o todo de seu Ser, com sua integralidade como seres humanos e – principalmente – espirituais.

Não foram feitos à imagem e semelhança do Mestre apenas por acaso, não, assim foram feitos para que tivessem a oportunidade de espelharem-se no agir Dele, nos valores que Ele deixou, no proceder amorável e fraterno que Ele desempenhou, portanto, se estiverem entre os ainda aptos dediquem-se – após silenciosamente observarem-se – a atitudes prontamente adequadas, generosamente executadas e façam da experiência na matéria realmente um aprendizado no SERVIR AMANDO – a si mesmo e ao próximo cada vez mais próximo.

Esta Casa lhes proporciona o que precisam, mas se vão ser aplicados alunos, imersos nos ensinamentos que recebem ou apenas alunos sem visão e audição, é opção e responsabilidade de cada um.

Todos têm o livre arbítrio para se posicionar, como nós o temos para esclarecer, estimular e indicando-lhes as dificuldades, sugerir as soluções.

Este é o nosso recado.

 

Messias

Recebida pela Magali em 14.04.2010

Revisão: Clovis